terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A NOIVA E SUA FANTASIA

Falando assim, até parece crueldade. Ainda mais partindo de uma organizadora de eventos.
O vestido de noiva. Na maioria das vezes lindo, magestoso e integrado no contexto, como as fantasias que ilustram o enredo de uma escola de samba.
A cada estação, novos modelos, acompanhando tendências da moda mundial. Cobiçado por todas as mulheres, mesmo ao terceiro ou quarto casamento, considerada inadmissível a sua ausência. Fantasia do destaque principal da escola.
Mas, nem sempre foi assim. Essa veste branca, que no princípio era vermelha e, cuja troca para a cor branca foi uma ousadia de uma rainha da Inglaterra, já teve dias de maior significado. Ilustrava a pureza de uma mulher. E aqui não falo só da virgindade não, mas da pureza de alma, do romantismo que existia num casamento e, na expectativa  que essa "roupa" trazia consigo. Afora as que "pulavam a cerca", ao vestir sua roupa de noiva, uma mulher sabia estava não só caminhando rumo ao altar, mas transformava-se efetivamente, frente à sociedade "numa mulher". Sua primeira experiência sexual vinha precedida desse vestido. Sua posição na sociedade era, também, transformada. Adquiria-se mais respeito, voz na estrutura familiar, pois deixava-se de ser menina para ser a "senhora fulano de tal".
Mas assim como a sociedade se transforma ao longo do tempo, a simbologia do vestido de noiva acompanha.
E hoje, embora indispensável, ele é igual no primeiro, segundo, terceiro casamento. Branco, longo, com véu e grinalda. Mulheres com filhos "criados" vestem-no com véu e grinalda. Perdeu sua essencia, seu romantismo, sua expectativa.
Continua lindo, magestoso,  adornando a noiva. Entretanto, hoje é só fantasia.

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